Depois o próprio Penna, como presidente do Centro Cultural da Vila Madalena, iria contribuir decisivamente para manter ativo o evento em cujos palcos já passaram o Papa Poluição – e mais músicos do que o somatório de todas as bandas cover dos Beatles do Brasil inteiro. Além disso fui jurado, ao lado de Paulo Miklos dos Titãs e outros, do Festival de Música da Vila que deu o primeiro prêmio a Itamar Assumpção pela composição Nego Dito. Em algum lugar do futuro, o Lira Paulistana lançaria o primeiro disco do selo: o LP Beleléu, do Itamar.)
A Vila reunia os mais diversos tipos urbanos. Um deles era assíduo freqüentador das páginas de polícia dos jornais, um sujeito intimidador que atendia pela alcunha de Lanchão. Certa madrugada, caminhando pelas ruas do bairro, me deparo na mesma calçada com o dito cujo. De cara ele implicou com meu cabelo comprido e já queria me encher de porrada no ato. Diante da minha nítida desvantagem física na possibilidade de um corpo-a-corpo, argumentei que era morador da Vila e músico. Desconfiado, ele me perguntou se eu conhecia o Gereba e o Capenga – integrantes do grupo baiano Bendengó. Claro que sim, respondi. São meus amigos, moram na rua Fidalga. Foi como pronunciar alguma senha secreta. Surpreendentemente, Lanchão me pediu desculpas e me deixou passar. Fui salvo pelo gongo. E ele nunca mais me importunou.
Tiago Araripe
2 comentários:
Foi muito bom esse festival...Lanchão...tinha outro "amigo".Lembra de KingKong da farmácia? Quanta gente....quanta coisa.VILA MADALENA, eu morei lá.beijos
A Vila tem tanta história que é impossível contar em poucas palavras, o bar do renato,os velhinhas amigas, as Portuguesas, a gente passando de Kombi e todo mundo ascenando...parecíamos figuras super ilustres...Zezão prefeito da vila.Olha que essa Vila Madalena tem história que não acaba mais.Mas eu vou à feira todo ano religiosamente.Bato o ponto, vejo gente.Muito bom.
Dalvinha
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