quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Bem-vindo, 2010

Jukebox do Bar Central (Recife)












Mais um ciclo está prestes a se iniciar.

Momento de agradecer aos frequentadores deste Blog pelas 12.300 visitas e as 20.067 páginas vistas. Números modestos, mas que para mim têm especial significado. Afinal, representam a boa companhia de amigos, companheiros de jornada e pessoas interessadas em um trabalho que vem resistindo nas entrelinhas da mídia e à margem das grandes empresas fonográficas.

Novas perspectivas se abrem com 2010.

A primeira delas é a participação no CD "Jacinto Silva. No coração da gente", homenagem da agência Link Comunicação e da Candeeiro Records ao grande forrozeiro nordestino que se projetou a partir de Pernambuco.

No CD, 16 músicas selecionadas do repertório de Jacinto ganham releitura de diversos artistas. Alguns deles já tinham incluído composições do mestre do coco sincopado em seus repertórios. Outros cantam Jacinto pela primeira vez. O resultado é um painel musical rico em diversidade de arranjos e interpretações, nas vozes de Aurinha do Coco, Caju e Castanha, Elba Ramalho, Flávia Wenceslau, Flor de Cactus, Isaar França, Josildo Sá, Maciel Melo, Margareth Menezes, Petrúcio Amorim, Silvério Pessoa, Spok, Targino Gondim, Tiago Araripe, Tom Zé e Xangai.

O lançamento está previsto para o final de janeiro. Darei mais notícias oportunamente, além de mostrar a capa do projeto gráfico de Marcelo Barreto.

A todos os colaboradores, parceiros e visitantes deste Blog, um ano novo de conquistas e transformações. Saúde e paz.

Tiago Araripe

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cabelos de Sansão, um disco "atemporal e inovador".


Artigos
Lira Paulistana, 30 Anos
Daniel Brazil

Novembro de 79 é o marco histórico de fundação do Lira Paulistana. Beleléu, o disco de estréia de Itamar Assumpção, marcou o início do selo (porque já era um conhecido teatro, espaço cultural, palco de shows e agitos). O porão da Praça Benedito Calixto marcou uma espécie de Renascença da música paulista, abrindo espaço para vários estilos.

Final de ditadura, fim dos movimentos organizados em torno de uma militância estética. O leque se abria, em várias direções. Tinha a música experimental de Arrigo, que nunca tocou no Lira, mas cujo baixista era Itamar. As cantoras Ná Ozetti, Cida Moreira, Vânia Bastos, Eliete Negreiros, Suzana Sales, Neuza Pinheiro, Tetê Espíndola e Virginia Rosa passaram por lá, colorindo ainda mais a paleta de estilos. Tiago Araripe (Cabelos de Sansão) fazia um pós-tropicalismo com uma nova poética, que viria influenciar gente como Zeca Baleiro. Tanto é que o maranhense fez questão de relançar o “Cabelos” em CD, pelo seu Saravá Discos (2009). Aliás, um disco que merece ser (re)descoberto e (re)ouvido, atemporal e inovador.

Tinha o humor escrachado do Língua de Trapo. Tinha o Premê, com um lado musical mais desenvolvido. O grupo Rumo, com um lado mais intelectual de pesquisa musical, seja estudando os antigos, seja construindo uma nova forma de canto falado. O mentor Luiz Tatit, a musa Ná Ozetti, e os talentosos músicos que iriam criar posteriormente os mais consistentes trabalhos na área da música infantil, como Paulo Tatit (Palavra Cantada) e Hélio Ziskind (Meu Pé, Meu Querido Pé).

E teve a viola de Passoca, os sons valeparaibanos do Grupo Paranga, o rock dos primeiros integrantes dos Titãs e UItraje a Rigor. Até o Ira! passou por aquele palco, assim como os Inocentes, pioneiros punk de Sampa. E tinha o instrumental do Pau Brasil, do Nelson Ayres, o piano de Amilson Godoy, o trombonista Bocato, o percussionista Zé Eduardo Nazário, o multi Skowa, os latinos Raíces de America, as cordas do Duofel.

Um dos fundadores do Lira, Riba de Castro, está finalizando um documentário sobre este redemoinho musical que marcou a música dos anos 80 e influencia até hoje um monte de gente pelo Brasil. São dezenas de entrevistas com músicos, produtores, jornalistas, críticos e os ex-sócios da empreitada. Não sei como Riba dará conta de resumir tudo, mas certamente vem aí um dos mais importantes documentos da moderna música popular brasileira. Quem viver, verá. Quem viveu, reverá!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

30 anos do Lira Paulistana

Foto: Andarilha









À frente, Riba de Castro, um dos ex-sócios
do Lira; ao fundo, o Língua de Trapo.

O blog Perfume de pequi fez o registro de uma das programações comemorativas do aniversário de 30 anos do Lira Paulistana, na histórica praça Benedito Calixto, em São Paulo.

Diz o depoimento de Andarilha, que assina o blog:

"O revival que a moçada do antigo Lira Paulistana tá fazendo na cidade tá bem interessante. Hoje teve show na praça Benedito Calixto com Isca de Polícia, Premeditando o Breque, Lingua de Trapo, Passoca e outros. Na platéia, muita gente de cabelo branco (afinal, no tempo do Lira, essa moçada já estava perto dos 30), Muito careca, muitos mais gordinhos do que nos lembrávamos etc. É o tempo cobrando o dízimo."

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