quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cenas de um lançamento

Fotos: Genilson de Lima

As imagens são da noite de 22 de setembro, no Sesc Senac Iracema, Fortaleza.

Estamos falando do lançamento de Cabelos de Sansão em CD, pela Saravá Discos.

A apresentação com Zeca Baleiro não estava programada. Mas era uma possibilidade. E aconteceu.

Cantamos cinco canções do disco: Cine Cassino, Fios da Light, Asa Linda (Little Wing), Cabelos de Sansão e Redemoinho. Mas interpretamos também uma parceria inédita: Baião de Nós.

Em primeira mão, a letra:

Baião de Nós

(Zeca Baleiro-Tiago Araripe)

Baião de dois
É mais que feijão com arroz
Baião de dois
É prato de rei
Do rei Luiz
Zabumba, triângulo, sanfona
Baião de três
Digo a vocês
Nunca é demais

Baião de dois
É mais que feijão com arroz
Baião do Brás
De Marinês
Baião de nós
Zabumba, triângulo, sanfona
Baião de três
Digo a vocês
Nunca é demais

No compasso 2x4
O retrato do sertão
No tarrabufado a batida
Do coração.

Zeca, que falou do relançamento do CD, estava acompanhado de Rossana Decelso, sua sócia na Saravá Discos.



Outro marco da noite, logo depois que o radialista Nelson Augusto apresentou o disco: a performance da artista plástica Ana Valeska Maia (foto), interpretando e valorizando algumas letras de Cabelos de Sansão.

Agora não é apenas o disco que está no ar. A alegria por esses momentos tão especiais também.











Tiago

Araripe

Cabelos de Sansão em "Por uma Cultura de Paz"







Foto:
Ana Ruth



Poucas horas antes do lançamento de Cabelos de Sansão em Fortaleza, neste dia 22 de setembro, estive no programa Por uma Cultura de Paz, na Rádio Cultura FM.

O programa é conduzido pela atriz, cantora e radialista Marta Aurélia.

Falamos de música. E de Paz.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Diário do Nordeste: Fênix sonora

É o relançamento do ano. Não só por nossas plagas. ´Cabelos de Sansão´, de Tiago Araripe, 1982, é uma jóia reeditada pelo Saravá Discos, de Zeca Baleiro, que participa do seu lançamento em CD hoje, no Sesc Senac Iracema

Havia um cearense na Lira Paulistana, aquele movimento que revelou ao mundo outros talentos não estritamente paulistanos como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Vânia Bastos. Era Tiago Araripe, autor do segundo álbum do “movimento”, logo depois de Itamar estrear em “Beleléu”. Responsável pelo resgate de obras do capixaba Sérgio Sampaio e ainda dos maranhenses Antônio Vieira e Lopes Bogéa, além da transcrição em disco de poemas de Hilda Hilst, Zeca Baleiro e seu Saravá Discos voltam a atacar, relançando “Cabelos de Sansão”, um álbum visionário que poderia ter sacudido a canção brasileira, em plena ebulição criativa pelos anos de liberdade que se afirmavam. Faltou pouco. Uma pena. Triste mesmo. Mas o estranho lirismo de Tiago Araripe, mesclando Ednardo e Lira Paulistana, está de volta, isso também interessa. Ainda pode dar uma dimensão do universo que ele ousou expor naquele 1982 onde todo mundo só queria saber do Araken, o personagem global da Copa da Espanha...

(Diário do Nordeste, Fortaleza, 22 de setembro de 2008)

Veja o texto completo, inclusive com o comentário de cada faixa do disco, clicando aqui.

Jornal O Povo: Resgate dos cabelos perdidos no tempo

Foto: Rodrigo Meireles

Está na edição deste dia 22.09 no jornal O Povo, de Fortaleza:

Cabelos de Sansão, único disco do cearense Tiago Araripe, ganha finalmente sua reedição em CD, 26 anos depois de seu lançamento original. O disco sai agora com aval do fã Zeca Baleiro através de seu selo, Saravá Discos, e tem noite de autógrafos hoje no Sesc Iracema

(Veja o texto completo clicando aqui.)

domingo, 21 de setembro de 2008

Cabelos de Sansão no ar, na Rádio Universitária FM

Fotos: Clarissa Araripe

Logo mais será a noite de autógrafos de Cabelos de Sansão em Fortaleza. Espero você nesta segunda-feira, dia 22, no Sesc Senac Iracema (rua Boris, 90 - ao lado do Dragão do Mar).

Aqui, o registro da minha participação em dois programas da Rádio Universitária FM, no dia 20: nnNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN
- Com Nelson Augusto, no Disco da Semana. (Nelson fará a apresentação oficial do disco.) nnn nnnnnn nnnn nnnnn nnnnn nnnnn

- Com Henrique Beltrão, no Sem Fronteiras Plural pela Paz.

Nada mais justo que começar a divulgação do lançamento pela Rádio Universitária, a estação que mais executou em Fortaleza o velho vinil de Cabelos quando este foi produzido em 1982.

Tiago Araripe


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Alô alô, Fortaleza

Foto: Rodrigo Meireles
Arte: Clarissa e Lívia

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Com seu próprio selo, Baleiro cria acervo documental

Foto: Marcos Hermes / Divulgação

Daniel Barbosa

Zeca Baleiro está às voltas com os trabalhos de divulgação de seu novo disco de carreira, “O Coração do Homem-Bomba”, mas não descuida dos outros projetos com que se envolve em função do selo Saravá Discos, que criou em 2005. Foi por ele que lançou um disco póstumo de Sérgio Sampaio, “Cruel”, com canções inéditas, e também um álbum com dez poemas de Hilda Hilst que musicou e entregou às vozes de dez cantoras. Também é pelo Savará Discos que ele traz à tona, agora, as trilhas que compôs para espetáculos da companhia mineira 1º Ato e para a paulista Lúdica Dança. Mas na torrente de lançamentos com que Zeca está envolvido, um título que chama a atenção em particular é “Cabelos de Sansão” – único disco lançado pelo cantor e compositor cearense Tiago Araripe, em 1982.

No encarte desse álbum, que também chega ao mercado com a chancela da Saravá Discos, Zeca conta que descobriu “Cabelos de Sansão” quando era estudante universitário, movido pelo ímpeto que sempre teve de fuçar estantes em lojas de discos à cata de obras desconhecidas.

Sem economizar loas, ele aponta o referido álbum como primoroso e visionário, o que justifica o fato de, agora, ter se empenhado em seu relançamento. “Algumas daquelas canções passaram a fazer parte da minha vida, como um ‘Carinhoso’, um ‘Assum Preto’, de tal maneira que penso que um dia ainda gravarei uma delas”, escreve no texto de apresentação.

“Resolvi relançar esse disco por amizade e admiração. É um trabalho fabuloso e importante na minha história. E fiz o selo, o Saravá Discos, com essa intenção mesmo, de criar um acervo, fazer coisas com importância mais documental”, destaca Zeca. Ele conta que se tornou amigo de Araripe, que hoje atua como publicitário, vive entre Fortaleza e Recife e continua compondo. “Ele está com o projeto de fazer um segundo disco em breve, estimulado que está pelo relançamento do ‘Cabelos de Sansão’. Já temos três parcerias inéditas”, diz.

Zeca ressalta que já não tem mais o mesmo pendor para as buscas que costumava fazer em lojas de discos, mas que ainda descobre coisas interessantes e trabalhos com os quais pode acabar se envolvendo. “Já tive mais esse ímpeto (de pesquisar álbuns obscuros), mas ainda me surpreendo de vez em quando. Hoje você dificilmente não terá ouvido falar nada de um disco, por conta da profusão de informações via internet. Em Portugal, onde estive recentemente e cuja cena musical conheço menos que a daqui, gosto de comprar coisas estranhas. Há um tempo descobri um grupo muito interessante chamado Bala”, diz o músico.

Sobre outros projetos com que está às voltas, Zeca revela que está produzindo o CD de um compositor angolano, o Filipe Mukenga, e também preparando os próximos lançamentos do Saravá Discos: a trilha que fez para o espetáculo do Lúdica Dança, intitulado “Cubo”, e a reedição do último disco lançado por Sérgio Sampaio, “Sinceramente”.

Publicado no jornal O Tempo, de Belo Horizonte, em 09/09/2008

Um cearense na Lira Paulistana

Publicado em 10.09.2008, no Jornal do Commercio, do Recife

O cearense Tiago Araripe foi um dos agitadores no movimento musical udigrudi recifense nos anos 70, com o grupo Nuvem 33, presente nos festivais hippies que aconteciam em Pernambuco. Depois de algumas apresentações memoráveis, Tiago foi para São Paulo, que passava também por uma radical mudança, deixava de ser uma cidade provinciana, não antenada com a moderna música que acontecia lá, segundo ainda velhos modelos de rock progressivo ou da MPB dos anos 60. Quem contribuiu bastante para Sampa tornar-se a cidade cosmopolita de hoje foi a gravadora Lira Paulistana. Cabelos de Sansão (que sai pelo selo de Zeca Baleiro) foi o segundo disco da hoje histórica gravadora.

Tiago é velho conhecido de quem fazia música no Recife, fez parte de um grupo de malucos da época no Recife, daí se esperar que Cabelos de Sansão tivesse mais ousadias. Mesmo assim, ele se encaixa bem dentro do clima da época, e na linha da música que se fazia então em São Paulo. Enfim, está longe de ser uma música fácil de ser digerida pelos ouvintes da FMs. As canções são do próprio Tiago, em parceria com João Alfredo e Cid Campos, mais uma versão de Little wing, de Hendrix, feita por Augusto de Campos, uma das melhores faixas do disco, que estava fora de catálogo há 26 anos. Valeu a pena a espera. Tiago Araripe e seu Cabelos de Sansão, não ficaram datados.

» Preço médio: R$ 25

José Teles (Caderno C - Coluna Toques)

Obs.: Enquanto o jornal publicou imagem da capa do CD, optei no Blog por ilustrar a nota com foto de arquivo pessoal de performance do Nuvem 33 no Festival Experimental de Música de Nova Jerusalém, em 1972. Em cena, o guitarrista Carneirinho. (T.A.)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Rolando na Rolling Stone

Tiago Araripe ****
Cabelos de Sansão
Saravá Discos

Original dos anos 80, relançamento traz o cearense que misturava Beatles e baião

LANÇADO ORIGINALMENTE em 1982 pelo Selo Lira Paulistana, o único álbum oficial do artista cearense volta à luz graças aos esforços de Zeca Baleiro. A experiência de Araripe funde Tropicália a Frank Zappa, Luiz Gonzaga a Beatles (se o arranjo de cordas de "Redemoinho" apenas remete a "Eleanor Rigby", um trecho da gravação original de "Strawberry Fields Forever" é sampleado em "Cine Cassino"). Há ainda uma versão em português (assinada pelo concretista Augusto de Campos) para o clássico "Little Wing", de Jimi Hendrix. A base instrumental disso tudo ficou sob os cuidados do grupo Sexo dos Anjos, que então contava com Cid Campos, Felipe Ávila, Luiz Brasil e Xico Carlos. Mas o mais divertido é detectar, nos backingvocais, os timbres peculiares de Itamar Assumpção, Tetê Espíndola e Vânia Bastos. Ainda que produzido em meio a toda essa efervescência criativa da vanguarda paulistana, as referências mais pulsantes de Cabelos de Sansão vêm de Tom Zé, com quem Araripe gravara um compacto simples oito anos antes. Para quem se interessar, o áudio de um show dessa dupla circula no Soulseek.

M.P.

Publicado na edição nº 23, de agosto 2008, da Rolling Stone