Quanto a esta, o Diário de Pernambuco, em sua edição de 13 de novembro de 1972, não deixou por menos e estampou a nota:
"Hippies" invadem a Nova Jerusalém e realizam festival
FAZENDA NOVA (Do enviado especial) - As ruelas e palácios de Nova Jerusalém foram invadidos, sábado ao entardecer, por "hippies" e estudantes que, entre os sons de guitarras e a estridência "desordenada" de baterias, realizaram o primeiro festival de música de vanguarda de Pernambuco, com a denominação de I Feira Experimental de Música.
As composições do Nuvem 33 refletiam nossas influências juvenis à época (eu tinha apenas 21 anos): Frank Zappa e os Mothers of Invention, Jimi Hendrix, filmes B de terror e livros de ficcção científica (você já leu O homem demolido, de Alfred Bester, ou Inalterado por mãos humanas, de Robert Scheckley? São muito criativos).O espetáculo, que começou às 17h30m do sábado terminando às 4 horas do domingo, reuniu cerca de duas mil pessoas.
A Banda de Música de Fazenda Nova e a Banda de Pífanos de Nova Jerusalém abriram a parada musical em meio a um entusiasmo sem precedentes dos jovens aglomerados ante o imponente Palácio de Pilatos. Seguiu-se a apresentação do conjunto Tamarineira Village, culminando com a exibição do Nuvem 33 e Flaviola.
Os promotores do certame distribuíram questionários a fim de colher as impressões dos participantes do espetáculo, qualificado pelos observadores como "o primeiro grande passo para a completa renovação da música popular regional".
Hoje, canções como Moma, seu banjo e o Dr. Bizarro; Motcha, o morcego; Ave marciana; Lesmas famintas e outras não fariam feio em um CD para crianças...
Tiago Araripe
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