terça-feira, 25 de março de 2008

Entre o frevo e o manguebeat

Lendo o texto de Lula Wanderley postado anteriormente, lembrei do livro cuja capa se vê ao lado. Lançado no ano 2000 e tendo como autor o jornalista pernambucano José Teles, Do frevo ao manguebeat traça um painel abrangente da música produzida na terra de Chico Science.

Pela publicação eu soube do destino de músicos com quem compartilhei palcos de Recife, em 1971 e 1972. Em alguns casos, um trágico destino.

O Nuvem 33 é citado algumas vezes en passant, como neste depoimento - datado de 1974 - do também jornalista e músico Marco Polo:


Acho que o Tamarineira foi muito importante no movimento musical recifense porque, por coincidência, nós pegamos uma fase em que o público jovem pernambucano estava se descondicionando de todas as repressões que sofria e procurando uma liberdade de comportamento que antes não tinha. Então coincidiu de a gente começar numa época em que todos os caras jovens do Recife estavam numa ânsia terrível de se integrar a uma cultura, vamos dizer, pop, e aqui ainda não existia nada assim. Existiam, claro, alguns precursores, como Flávio e Tiago do Nuvem 33, mas a coisa ainda não tinha criado um clima de movimento. Então a importância do grupo foi mais cultural que musical.

Outro lançamento recente possivelmente ofereça generosa complementação ao livro de José Teles. Falo de Hibridismos musicais de Chico Science e Nação Zumbi, de Herom Vargas.

Se você está disposto a mergulhar nessa história, vale investigar.

Tiago Araripe

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