Cancioneiro de Jacinto
DISCO
Criações do compositor que fez história em Caruaru são reunidas em álbum tributo, que será lançado amanhã.
Michelle de Assumpção
michelleassumpao.pe@dabr.com.br
Nascido em Palmeira dos Índios (Alagoas), Jacinto foi morar em Caruaru em 1958, onde ficou até o final de vida. Viajava por todo Brasil - muitas vezes participou de caravanas ao lado dos seus "mestres" Jackson e Luiz Gonzaga-, mas era para Caruaru que voltava sempre. E por isso não teve a fama dos dois primeiros. O peso da sua obra, porém, está cada vez mais evidenciado.
Amanhã, a loja Passa Disco (Shopping Sítio da Trindade) sedia a festa de lançamento de um disco tributo a Jacinto. O álbum, quetem dezesseis faixas e intérpretes diferentes, foi idealizado pela agência Link Comunicação, cujo presidente Edson Barbosa era amigo da família de Jacinto. Parte da tiragem ficará com a família. A outra será entregue a clientes da agência e uma terceira comercializada. "A tiragem é limitada, o objetivo era expandir ainda mais a obra de Jacinto para o público, além dos próprios cantores que nunca haviam gravado suas composições", conta Tiago Araripe, que cuidou da produção musical. O CD foi feito em parceria com Estúdio Muzak e selo Candeeiro Records. As músicas podem ser ouvidas no perfil de Jacinto Silva no Myspace.
Faixas
O disco é aberto pelo maestro Spok, que canta em Aboio de um vaqueiro. Tem Margareth Menezes, que já havia gravado Jacinto em Aquela rosa. E também Caju e Castanha (Moleque de rua), Maciel Melo (Plantação), Isaar França (É tempo de ciranda), Josildo Sá (Filosofia do forró), Xangai - amigo e cantador antigo das coisas de Jacinto - presente em Pisa maneiro, Aurinha do Coco (Fonte de luz), entre outros. Tom Zé, que não conhecia a obra de Jacinto, topou gravar Coco do gago. A música tem uma ludicidade e criatividade que combinaram com o estilo de Tom Zé. Elba, que também nunca havia gravado Jacinto, gostou tanto de Gírias do Norte que pediu para incluir a música em seu próximo CD.
O intérprete mais privilegiado do disco se chama Silvério Pessoa que gravou, no ano 2000, um disco inteiro com músicas de Jacinto, chamado Bate o mancá. Para a coletânea tributo, Silvério selecionou Teste para cantador, cujos vocais divide com Jacinto. A música foi tirada do disco do coquista, Só não dança quem não quer, lançado em 2000, no mesmo ano e mesmo estúdio (do músico Zé da Flauta) que Silvério fez Bate o mancá. "Ele gostava muito dessa música", lembra Silvério. E recorda que gravar Jacinto era um projeto que tinha ainda com a banda Cascabulho, e que só conseguiu realizar no seu primeiro disco solo.
"O disco, tudo que fiz com Jacinto, foi ao lado dele. Por isso não é um disco homenagem como dizem, foi umaparceria. Eu ia para Caruaru, ele vinha pro estúdio. Opinou tudo comigo. Minha tristeza é que ele não alcançou o disco lançado", resume o músico. Jacinto Silva faleceu em fevereiro de 2001, tendo gravado 24 discos, entre 78rpm e LPs, e dois CDs. Não teve, como Jackson do Pandeiro, intérpretes e defensores poderosos como Gilberto Gil ou Caetano Veloso. Mas ainda hoje artistas que se encantam com sua música. É um compositor ainda a serviço da cultura popular.
Diário de Pernambuco, 28 de abril de 2010
O intérprete mais privilegiado do disco se chama Silvério Pessoa que gravou, no ano 2000, um disco inteiro com músicas de Jacinto, chamado Bate o mancá. Para a coletânea tributo, Silvério selecionou Teste para cantador, cujos vocais divide com Jacinto. A música foi tirada do disco do coquista, Só não dança quem não quer, lançado em 2000, no mesmo ano e mesmo estúdio (do músico Zé da Flauta) que Silvério fez Bate o mancá. "Ele gostava muito dessa música", lembra Silvério. E recorda que gravar Jacinto era um projeto que tinha ainda com a banda Cascabulho, e que só conseguiu realizar no seu primeiro disco solo.
"O disco, tudo que fiz com Jacinto, foi ao lado dele. Por isso não é um disco homenagem como dizem, foi umaparceria. Eu ia para Caruaru, ele vinha pro estúdio. Opinou tudo comigo. Minha tristeza é que ele não alcançou o disco lançado", resume o músico. Jacinto Silva faleceu em fevereiro de 2001, tendo gravado 24 discos, entre 78rpm e LPs, e dois CDs. Não teve, como Jackson do Pandeiro, intérpretes e defensores poderosos como Gilberto Gil ou Caetano Veloso. Mas ainda hoje artistas que se encantam com sua música. É um compositor ainda a serviço da cultura popular.
Diário de Pernambuco, 28 de abril de 2010
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