sexta-feira, 23 de abril de 2010

Disco para celebrar Jacinto Silva

Quinta, 22 de Abril de 2010

MÚSICA

Disco para celebrar Jacinto Silva

Discípulo direto Jackson do Pandeiro, o alagoano de Palmeira dos Índios Jacinto Silva, falecido em 2001, é mais um dos tantos compositores injustiçados sob o olhar do que seria, de fato, a música nordestina. Para muitos, houve um pulo de Luiz Gonzaga direto para a produção da década de 1980, que deu ao País nomes como Zé e Elba Ramalho, Fagner, Amelinha, entre outros. Com a carreira iniciada em 1963, com a canção “Justiça Divina” no 78rpm do selo Mocambo, Jacinto construiu um rico repertório para o cancioneiro nordestino.

Parte dessas canções formam “Jacinto Silva - No Coração da Gente”, disco tributo idealizado pelo presidente da Link, Edson Barbosa, e com direção geral de conteúdo e produção de Tiago Araripe. A bolacha conta com 16 músicas, interpretadas por artistas consagrados como Elba Ramalho, Maestro Spock, Tom Zé, Margareth Menezes, Isaar e o próprio Tiago. O disco já está à venda na loja Passa Disco e custa R$ 37,90. No próximo dia 29, ocorre na loja seu lançamento oficial.

“Garimpar, para este disco, composições representativas do universo sonoro e poético de Jacinto Silva é se arriscar a deixar de fora muitas pepitas preciosas. Porém assumimos o risco, na tentativa de mostrar a diversidade sonora e poética do repertório do compositor”, explica Tiago Araripe. No texto de apresentação no encarte do trabalho, Tiago elenca quatro vertentes fundamentais da poética musical de Jacinto: a bem humorada (presentes em “Gírias do Norte” e “Filosofia do Forró”), o reflexo dos valores do povo nordestino (como em “Aboio de um Vaqueiro”, “Teste para Cantador” e “Moleque de Rua”), a sentimental (“Aquela Rosa”, “Cante Cantador”) e a espiritual (com “Justiça Divina”, “Imaginação” e “Fonte de Luz”).

Tiago aponta também que o convite a artistas de diferentes vertentes da música popular também é uma forma de traduzir o ecletismo do trabalho de Jacinto Silva. “De Aurinha do Coco a Tom Zé, de Spok a Caju e Castanha, a tradição e a inovação convivem pacificamente. A ideia é que a obra de Jacinto Silva possa ser ouvida por diversos ângulos”, arremata.

Nenhum comentário: